A Superioridade da Promessa
(Gálatas 3:15-20)
Introdução: Você já esteve em uma situação na qual tuas crenças são desafiadas por alguém que você acha que pode estar certo? No começo, você se sente incomodado. Depois começa a se sentir mal por ter acreditado em um erro. Então, você olha a situação como um todo mais uma vez, e tem a certeza de que a tua visão está correta. Nosso estudo da Bíblia desta semana me lembra disto. Paulo nos diz ousadamente que Abraão foi salvo pela graça, não pelas obras. Mas então, os oponentes de Paulo levantam um forte argumento: se o plano da salvação era somente através da fé, por que Deus, mais tarde, nos deu os Dez Mandamentos? Como isto pode fazer algum sentido se os Dez Mandamentos não fazem parte do plano atual de Deus? Vamos pular direto para dentro do nosso estudo da Bíblia e ver se podemos descobrir quem está certo!
I. O Argumento do Contrato
A. Na semana passada paramos o nosso estudo de Gálatas com Paulo apontando que o relacionamento da justificação pela fé que Abraão tinha com Deus agora está disponível a todos nós. Que boas notícias!Vamos continuar o estudo, lendo Gálatas 3:15. Que tipo de argumento Paulo está colocando? (Ele está colocando um argumento legal. Este é um argumento baseado na lei de contratos.)
1. OK, advogados, o que Paulo está argumentando? (Que os contratos devem ser cumpridos da maneira como estão escritos. O contrato de Abraão com Deus (salvação apenas através da fé) é um acordo válido e que deve ser cumprido.)
2. A teoria legal de Paulo está correta? É possível alterar ou deixar de cumprir contratos legais? (Geralmente, não. Não de maneira legal. Se você tem um contrato válido com alguém, pode ir aos tribunais para fazer valer este contrato.)
B. Leia Gálatas 3:16-18. Note que Paulo agora chama o que Abraão recebeu de “promessa”. É possível obrigar legalmente alguém a cumprir uma promessa? (Não, a menos que você entregue algo considerável. Isto quer dizer “não, a menos que prometa fazer uma troca de algo de valor.” Se você promete me dar o teu carro e eu prometo te dar 20.000 dólares, temos um contrato com valor legal, não uma promessa com valor legal.)
1. Que coisa considerável Abraão deu a Deus, se é que deu algo?
2. Aparentemente, existe muito debate sobre a maneira como Paulo interpreta a promessa de Deus a Abraão (veja, especialmente, Gênesis 12:3) e particularmente a palavra “descendente”. Vou deixar de lado este debate, porque Paulo reinicia seu argumento de uma forma menos controvertida nos versos 17-18. É verdade que a oferta de um contrato posterior não invalida um argumento anterior? (Sim. Se você e eu concordamos com os termos de um contrato, você pode oferecer uma mudança nos termos, mas eu não sou obrigado a concordar.)
3. Qual é o argumento teológico de Paulo? (Que, se o contrato “negociado” por Abraão era que se ele cresse, receberia a salvação, então Deus não pode mudar este contrato posteriormente, dizendo que precisamos obedecer aos mandamentos para ter a salvação.)
II. O Contra-Argumento do Contrato
A. Leia Gálatas 3:19. Vamos ler “nas entrelinhas” e tentar descobrir, com base na refutação de Paulo, o que os oponentes de Paulo estão argumentando. Qual você acha que era o contra-argumento dos oponentes de Paulo? (Se a fé era o acordo entre Deus e os seres humanos, então por que Deus daria, mais tarde, a Sua lei?)
1. Os oponentes de Paulo estão colocando um argumento muito bom? (podemos entender isto de duas maneiras. Acabamos de debater um entendimento – se temos realmente um contrato, em vez de uma mera promessa, podemos fazer valer o contrato original contra Deus. Uma segunda maneira de olhar isto é como uma nova lei. Nos Estados Unidos, se você tem uma lei mais antiga e uma lei mais nova, e existe um conflito entre as duas, a lei mais nova tem precedência.)
2. Vamos olhar este segundo argumento – que Deus deu uma lei mais nova (no Sinai), a qual mudou a lei anterior (dada a Abraão). Quão precisas são as suposições dos fatos, conforme apresentadas neste contra-argumento?
a. Leia Gênesis 2:2-3 e Êxodo 20:8-11. O mandamento do Sábado começou no Sinai? (Não.)
b. Leia Gênesis 4:8 e Êxodo 10:13. A proibição ao assassinato começou no Sinai? (Não.)
3. Os oponentes de Paulo têm um problema óbvio com os fatos de seu argumento? (Sim. Se o que foi dado no Sinai existia antes que Abraão nascesse, então este argumento tem um grande problema.)
4. Lembre-se de que deve haver um conflito entre a lei mais antiga e a lei mais nova para que a nova tenha precedência. Existe um conflito entre a justificação pela fé e a lei dada no Sinai?
a. Se você respondeu que “sim”, como os pecados eram perdoados no sistema do santuário?
(1) As pessoas tinham que fazer flexões quando pecavam?
(2) Elas tinham que pagar uma multa?
(3) Elas tinham que prometer não cair em pecado por um ano? (Não. Elas ofereciam um cordeiro inocente. Este ritual não era “obras”. Ele apontava para trás, para o acordo feito com Abraão e para frente, para aquilo que Jesus faria para conquistar a graça para nós.)
5. Se conseguimos ver estas falhas nos argumentos dos oponentes de Paulo, eles tem algum argumento razoável? (Eles podem estar argumentando, “Por que fez tanto caso da lei, centenas de anos depois de haver feito Seu acordo, baseado na graça, com Abraão?”)
a. Que resposta Paulo dá a este argumento? (Gálatas 3:19 – Por causa da quantidade de pecado (“transgressões”).)
B. Vamos voltar por um momento. Quanto você acha que Israel sabia acerca de seu Deus, depois de centenas de anos de escravidão no Egito? (provavelmente não muito. Isto faz com que o comentário acerca das “transgressões” em Gálatas 3:19 faça sentido. O povo de Deus não apenas estava pecando, eles não tinham idéia acerca do padrão de Deus para a sua conduta. Deus precisava fazer com que Seu povo soubesse o que Ele considerava pecado.)
1. Se Deus fez um contrato com Abraão dizendo que ele seria salvo pela graça, quando a lei de Deus foi conhecida por Abraão, o que isto nos diz acerca do relacionamento entre a fé e a lei? (Isto reforça a de que o nosso acordo com Deus é a salvação pela fé, e não pela guarda da lei. Mas, isto também diz algo importante acerca da lei.)
2. A lei de Deus é importante para Ele e para nós? (Sim, é. Se a graça sem qualquer referência à lei, era o contrato entre Abraão e Deus, então Deus não teria necessidade de introduzir os Dez Mandamentos (e o resto da lei) no Sinai, para pessoas que não sabiam coisa alguma acerca da lei.)
C. Leia Romanos 3:19-20. Como este texto se encaixa na situação do povo de Deus no Sinai? (É exatamente isto que estávamos debatendo! Deus utiliza a Sua lei para nos tornar conscientes de nossos pecados. Como poderíamos reconhecer o pecado sem a lei? Estaríamos nos orgulhando da nossa justiça se não tivéssemos a lei para nos silenciar.)
D. Leia Romanos 3:21-24. Como nos tornamos justos? (Pela fé em Jesus. Por crer em Jesus.)
E. Leia Romanos 3:25-26. Que parte o serviço do santuário do Antigo Testamento desempenha nisto? (Paulo está usando o quadro do sistema sacrifical para explicar a obra de Jesus. Esta é a unidade que encontramos no Sinai, não o conflito que seria necessário para dizermos “Deus instituiu uma nova lei no Sinai, a qual tem precedência ao antigo acordo da graça, feito com Abraão.”)
III. O Mediador
A. Vamos voltar para Gálatas 3. Leia novamente a última parte de Gálatas 3:19 e acrescente Gálatas 3:20. Encontramos outro termo legal: “mediador”. O que é um mediador? (Não é um advogado, que representa um dos lados. Em vez disto, um mediador deve trabalhar para ambos os lados. Deve levar ambos os lados a um acordo sobre uma solução. {N.T. – Este papel seria o mesmo desempenhado pelo “conciliador”.}
1. Este texto diz que um mediador e os anjos promulgaram a lei. A lei atua como um mediador entre Deus e os seres humanos?
a. O que a Lei fez por Deus?
b. O que o nosso conhecimento da lei tem feito por nós? (Os comentários estão em conflito sobre o significado do verso 20. Uma sugestão comum é que Moisés é citado como o “mediador”. Mas, vejo que a lei funciona como um mediador em dois pontos importantes no tempo para nos aproximar de Deus. Primeiro, a lei nos mostra o amor de Deus. Deus morreu por nós para cumprir as exigências da lei. Segundo, a lei é um padrão – um padrão que não podemos alcançar. A lei nos leva a aceitarmos a oferta da graça de Jesus – por gratidão a Deus e por nossa impossibilidade diante da lei. O que poderia nos trazer mais perto de Deus do que isto?)
c. Como a lei afeta a nossa atitude com relação à obediência? (Jesus disse: “Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos.” (João 14:15) Como isto é verdade! Se respeitamos o sacrifício de Jesus, vemos que a lei deve ser importante para Deus. De outra forma, Deus teria ignorado a lei e salvado Jesus de uma morte terrível. O amor de Deus em morrer para satisfazer as exigências da lei nos ajuda a responder em amor, ao decidirmos viver, pelo poder do Espírito Santo, uma vida que agrada a Deus. Agora podemos ver (Gálatas 3:20) por que “Deus é um”; pois seu sistema de salvação é “um”.)
B. Amigo, se você não aceitou completamente a justificação apenas pela fé, vai aceitá-la agora mesmo? Por que não pedir a Jesus para que perdoe os teus pecados e te salve pela Sua graça?
IV. Próxima Semana: Caminho Para a Fé
Atenção: Este tradutor irá deixar de realizar estas traduções a partir de Dezembro/2011. Se você tem condições e gostaria de assumir esta tarefa, entre em contato deixando um comentário.
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Direito de Cópia de 2011, por Bruce N. Cameron, J.D. Todas as referências das Escrituras são da Bíblia de Estudo na Nova Versão Internacional (NVI), editada em 2003 pela Editora Vida – São Paulo, a menos que indicado de outra forma. As citações da NVI são usadas com permissão. As respostas sugestivas encontram-se entre parênteses.
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