quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Religião nos Relacionamentos - Lição 10

Amar os Inimigos? (Mateus 5; Romanos 12)

Introdução: Mat Staver, um proeminente advogado especializado em liberdade religiosa, gosta de contar uma história sobre mim, que tem como centro o texto de Mateus 5:44. Esse texto nos diz para amarmos nossos inimigos e para orarmos por aqueles que nos perseguem. Como os advogados especializados em liberdade religiosa, que estão lutando contra as “forças do mal”, fazem isso? Mat sugeriu que ao entrar em uma disputa jurídica, orava para que seus oponentes ficassem confusos! Isso me deixou perplexo, pois parecia ser inconsistente com o tema dos ensinos de Jesus em Mateus 5. Mas, um dia, decidi seguir o conselho de Mat quando fui interrogar uma pessoa em um depoimento. O depoimento foi maravilhosamente bem para o “nosso lado” porque a pessoa que testificava contra nós estava confusa – confusa o bastante para dizer a verdade! Eu relatei a Mat que ele tinha razão em alguma coisa. O que Jesus tinha em mente em Mateus 5? David amou Golias? Qual, exatamente, é nossa obrigação bíblica para com as pessoas que estão ferindo a nós e ao evangelho de Cristo? Vamos pular para dentro da Bíblia para ver o que podemos aprender!

I. As Palavra de Jesus

A. Leia Mateus 5:43-45. No verso 43 a palavra traduzida como “próximo” também pode ser traduzida como “amigo”. O que parece mais natural: amar teu amigo ou teu inimigo?

1. O verso 44 nos diz para “amarmos” nossos inimigos. Você poderia realmente amar alguém que é um inimigo?

a. A tua resposta se desviaria para o que o texto quer dizer com “amar”?

2. A palavra “amar”, pelo menos em Inglês, é usada de tantas formas que torna difícil que ela seja precisa. De acordo com Strong, a palavra grega usada aqui, “agapao”, significa amar em um sentido social ou moral. Jesus ajuda a definir o que Ele quer dizer com amor, dando uma ilustração no verso 45 sobre como Deus ama os maus e os injustos. Que definição de “amor” você daria, baseado no exemplo de Deus? (O exemplo parece definir o amor como sendo um tratamento não-discriminatório.)

a. Exigiria um esforço especial da parte de Deus se Ele quisesse tirar o sol do mau e a água do injusto? (Sim. Deus teria que dispensar a eles um tratamento especial.)

b. Este exemplo é uma chave para a compreensão do que Deus quer dizer quando nos diz para amarmos os nossos inimigos? O que se pede de nós é que simplesmente os tratemos de maneira não-discriminatória?)

c. A palavra traduzida por “amor” em Mateus 5:44 é a mesma palavra grega usada em João 3:16 para descrever o amor de Deus por nós, em João 3:35 para descrever o amor de Deus o Pai por Jesus e em João 11:5 para descrever o amor de Jesus por Marta, Maria e Lázaro. Este parece ser simplesmente um amor não-discriminatório?

B. Leia Romanos 12:14. Na introdução mencionei a oração em favor da confusão entre meus oponentes de litígio. Como isto se encaixa com este texto? (Não se encaixa muito bem. Eu considero a confusão (quando estou confuso) como sendo uma maldição. Orar por confusão entre meus oponentes parece ser como pedir que eles sejam amaldiçoados, e não abençoados.)

C. Leia Romanos 12:17-18. Note a instrução para “fazer o que é correto aos olhos de todos.” Como isto pode ser relevante para a questão de amar nossos inimigos? (Se alguém vê o que você faz para se vingar, sem saber o motivo, pensará que você tem uma falha de caráter. Temos que admitir que é difícil ser razoável quando se está buscando vingança.)

II. O Benefício de Amar os Nossos Inimigos

A. Você pode achar que amar nossos inimigos é uma situação onde só se perde. Mesmo que você conseguir obedecer a Jesus, que bem resultará, deste lado do céu, do fato de amarmos nossos inimigos? Eles ainda são nossos inimigos!Existe uma razão prática para que amemos os nossos inimigos?

B. Li um livro que continha os ensinamentos do líder espiritual budista, o Dalai Lama. Fiquei espantado com a sobreposição entre os ensinos dele e os ensinos de Jesus em Mateus 5. Em seu ensino paralelo sobre amar nossos inimigos, o Dalai Lama pez as seguintes perguntas, as quais você deve considerar:

1. Com quantas pessoas você estimaria que tratou durante tua vida?

2. Deste número, com quantas você tratou em uma base diária?

3. Deste número, quantas você poderia dizer que são teus inimigos pessoais?

C. Se você é como a maior parte das pessoas, já encontrou com milhares de pessoas em toda a ta vida. Mas destes milhares, provavelmente você tratou com uma centena ou menos, em uma base diária. Desta centena, é improvável que você tenha mais do que uma ou duas pessoas que você considera teu “inimigo”. (Se você tem mais, pode ser que esteja deixando de lado outros ensinos significativos da Bíblia!) Isto significa que inimigos reais são uma coisa rara. Eles são um recurso escasso, de acordo com o Dalai Lama, o que te dá a oportunidade de aprender lidar com pessoas difíceis! Lidar com pás poucas pessoas difíceis da tua vida te permite aprender lições valiosas sobre o desenvolvimento do caráter e a convivência com os outros.

1. Este raciocínio budista sobre “amar os nossos inimigos” é consistente com a Bíblia?

D. Vamos voltar para Mateus. Leia Mateus 5:46-48. Qual(is) razão(ões) Jesus dá para amarmos nossos inimigos? (Jesus fala tanto de “recompensa” quanto de ser mais como Deus.)

1. O que é esta recompensa que ganhamos por amar nossos inimigos? (Penso que esta é parte da nossa recompensa no céu, mas a sugestão budista de uma recompensa aqui também faz sentido para mim. A razão é que ser perfeito como nosso Pai celestial me parece com perfeição de caráter. Nosso caráter pode ser desenvolvido por lidarmos bem com pessoas difíceis.)

E. Vamos voltar para Romanos 12. Leia Romanos 12:20. Que razão nos é dada para ajudarmos os nossos inimigos? “Brasas vivas” não parece ser bom para o teu inimigo. Talvez isto signifique um juízo final. Talvez signifique o sentimento de vergonha por ter te tratado mal.)

1. Como isto se encaixa com a idéia de tratamento “não-discriminatório” para os nossos inimigos? (Vai claramente além disto. Somos chamados a fazer alguma coisa de bom para os nossos inimigos.)

F. Leia Romanos 12:19. Que razão nos é dada para sermos bons para os nossos inimigos? (Deus, não nós, tomará a vingança pelo mal feito a nós.)

G. Leia Romanos 12:21. Uma grande preocupação sobre sermos gentis para com nossos inimigos é pensarmos que o mal triunfará. Sentimos que precisamos desafiar os que praticam o erro (especialmente quando somos as vítimas!). O que este texto sugere que seja o resultado final de nossas disputas com nossos inimigos? (Que nós venceremos nossos inimigos com o bem. Nós venceremos. O objetivo de sermos amáveis para com nossos inimigos é a vitória contra o mal!)

III. Hora da Retribuição!

A. Se você pegar uma concordância e ler todos os textos que contém a palavra “inimigos”, tua primeira reação é pensar que os Salmos e o Sermão do Monte de Jesus apresentam duas abordagens radicalmente diferentes para tratarmos com nossos inimigos. Por exemplo, a primeira referência a inimigos em Salmos é Salmos 3:7: “Salva-me, Deus meu! Quebra o queixo de todos os meus inimigos; arrebenta os dentes dos ímpios.” Agora sim, isto se parece mais com a natureza do meu coração! Dê um soco no nariz deles, Deus!

1. Como você concilia a abordagem relativa os inimigos no Novo Testamento com a abordagem dos Salmos? (Se você olhar os textos dos Salmos que se referem aos inimigos, notará um padrão: O salmista clama consistentemente a Deus pelo livramento de seus inimigos. Isto é precisamente o que Romanos 12:19 aconselha quando diz, “deixem com Deus a ira [sobre os vossos inimigos]”.)

a. Vamos comparar novamente Romanos 12:14 com Romanos 12:19. Se você, como o salmista, está orando para que os dentes do teu inimigo sejam quebrados por Deus, como isto é uma benção e não uma maldição? (Isto me lembra muito a justificação pela fé. Nós nos voltamos para Deus e confiamos nEle para a nossa justificação. Quando se trata de retribuição aos nossos inimigos, nos voltamos para Deus e confiamos nEle para a vingança.)

B. Recorde que Mateus 5:48 nos fala para amarmos nossos inimigos, para que nos tornemos perfeitos como nosso Pai celestial. A retribuição é parte da perfeição de Deus? (Uma das últimas referencias a “inimigos” na Bíblia é Hebreus 10:26-27. Leia este texto. Claramente Deus vai destruir nossos inimigos em comum.)

C. Amigo, Deus nos ensina que não devemos nos engajar na causa da vingança, mas na causa da amabilidade. Deveríamos nos voltar a Deus para a “retribuição” contra nossos inimigos. Como isto se encaixa com a “oração de Mat Staver” pedindo confusão entre seus inimigos? Embora eu ainda tenha problemas em encaixar isto com Romanos 12:14, me parece que, de forma geral, é isto que Deus tem em mente. Nossa conduta em relação aos nossos inimigos é positiva. Nossa forma de obter alívio dos nossos inimigos é clamar pela justiça de Deus. Você vai voltar teus pensamentos de vingança para Deus? Vai decidir hoje a vencer o mal com o bem?

IV. Próxima Semana: Irmãos e Irmãs na Fé

=============================== Copr. 2004, Bruce N. Cameron, J.D. Todas as referências das Escrituras são da New International Version (NIV), copr. 1973, 1978, 1984 da Sociedade Bíblica Internacional, a menos que indicado de outra forma. Citações da NIV são usadas com permissão da Zondervan Bible Publishers. As respostas sugestivas são encontradas entre parênteses . O comentário assume que o professor está usando um quadro-negro ou algum outro auxílio visual. ===============================

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